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terça-feira, 21 de janeiro de 2014




Tudo deu Inicio com o sucesso dos filmes de espiões na década de 60, que tornou-se pródiga por ter lançado vários exemplares de heróis- espiões. Eles apareciam no cinema, tevê, livros e até nos quadrinhos. O maior deles era James Bond, na pele do ator Sean Connery. Outros se seguiram, até que alguém teve a idéia de conceber um herói espião dentro do gênero cômico. Esse alguém foi Dan Melnick, sócio da Talent Associates. Bastou convencer Leonard Stern e David Susskind - seus parceiros no negócio - e o projeto começou a se desenvolver com o auxílio de Mel Brooks e Bucky Henry.




O herói foi batizado de Maxwell Smart e a série, Get Smart. O agente tinha um código: 86. E assim, quando o desembarcou na televisão brasileira no ano de 1966, através da TV Record (sábados à noite), os brasileiros aprenderam a chamá-lo de Agente 86.



As aventuras de "86" retratam um espião trapalhão, sempre ajudado por uma bonita agente, cujo código é 99. Ambos trabalham para uma organização secreta chamada "CONTROLE". Lá recebem missões de um chefe, que durante muito tempo foi chamado apenas de "Chefe". Vários episódios depois, soube-se que seu nome era Thaddeus). A principal função do "CONTROLE" é combater os vilões que trabalham para uma organização secreta e criminosa chamada "KAOS" (assim como James Bond lutava contra a "Spectre" e O Agente da UNCLE contra a "Thrush").



Há toda uma coleção de equipamentos e armas secretas fornecidos pelo "CONTROLE", como o incrível e famoso "sapato-fone" de Max ou o hilário "cone do silêncio", uma cúpula de acrílico instalada na sala do chefe, sob a qual as pessoas podem conversar e não serem ouvidos por ninguém. O engraçado é que ninguém acaba se ouvindo lá dentro também.


O episódio piloto foi rodado em preto e branco. Os executivos de produção da Rede ABC recusaram-se a comprá-lo pois na trama apresentada, a intenção dos vilões era explodir a estátua da liberdade. Os criadores de Smart não se deram por vencidos e foram bater na porta da Rede NBC, que aprovou o projeto e concedeu autorização para iniciar a produção da série, totalmente em cores.



A princípio, o próprio Mel Brooks pensava em encarnar Maxwell Smart. Desistindo da idéia, pensou no ator Tim Poston, da série Newhart. Don Adams - americano nascido Donald James Yarmy em 13 de abril de 1923 - acabou sendo escolhido por ter atuado no show de Bill Dana, onde fazia um atrapalhado detetive de hotel. Adams viveu o papel com muito empenho, arriscando-se até em cenas de luta, o que chegou a lhe render várias fraturas. Adams faleceu em 25/09/05, vítima de infecção pulmonar.

ELENCO:
Don Adams, como agente 86, Maxwell Smart
Barbara Feldon, como agente 99
Edward Platt, como Chefe
David Ketchum, como agente 13 (1966-1967)
Stacy Keach, como Carlson (1966-1967)
Bernie Kopell, como Conrad Siegfried, agente da Kaos (1966-1969)
King Moody, como Starker (1966-1969)
Richard Gautier, como robô Hymie (1966-1969)
Victor French, como agente 44
Robert Karvelas, como Larrabee (1967-1970)
Jane Dulo, como mãe da agente 99 (1968-1969)



Para o papel de agente 99, contrataram a modelo Barbara Feldon, que havia chamado a atenção dos produtores ao protagonizar um comercial da Revlon e por ter sido uma das ganhadoras de um programa estilo "Show do Milhão", onde respondia a questões sobre a vida e as obras de Shakespeare. Nascida Barbara Hall em 12 de março de 1941, há fontes que dizem que o verdadeiro nome de "99" é Susan Hilton.

Para o papel do chefe do "CONTROLE", foi escolhido o ator Edward Platt, outrora um cantor de ópera. Nascido em 4 de fevereiro de 1916, encarnava um homem sério e ponderado, que vivia tendo "dores de cabeça" com as trapalhadas de Smart. Platt faleceu em 1973, vítima de um ataque cardíaco.

Com esse tripé básico, nasceu a série. Ao longo do tempo, outros personagens foram se fixando. O ator Robert Karvelas foi chamado para viver Larabee, que trabalha para o "CONTROLE", exercendo o cargo de um secretário para lá de atrapalhado.

E assim, como James Bond enfrentou várias vezes o vilão Blofeld e James West o Dr. Lovelless, Smart vez por outra se defronta com o vilão nazista Siegfried (o ator Bernie Koppel) - com seu ineficiente assistente Shtarker, vivido por King Moody.



A primeira fase do programa (1965/66) pode ser considerada a melhor. Nela, Smart contou desde o início com a ajuda do agente K-9 e do agente Fang (na verdade, um cão chamado Red). Mas muitos problemas ocorriam porque o animal sequer obedecia ao dono (que dirá o diretor do estúdio!). Em assim sendo, o contrato de Fang foi rescindido pelos produtores da série.

Outro ponto divertido é o agente 13, vivido pelo ator Dave Ketchum. Ele sempre está escondido nos piores lugares e tinha como missão passar informações para Smart. E o totalmente ilógico: o único competente é um andróide (!) chamado Hyme (o ator Dick Gautier).
A série Get Smart foi a glória para Don Adams, Barbara Feldon e Edward Platt, porém eles ironicamente ficaram impregnados pelos seus personagens. Feldon e Adams, depois da série, somente de vez em quando faziam outros papéis e Platt praticamente não voltou mais a trabalhar. Edward Platt morreu em 19 de março de 1974 de um ataque cardíaco. Don Adams havia ficado milionário com a série, mas quase acabou perdendo tudo pois ficava longos períodos sem trabalho e também pelos seus divórcios. Em 1979, a produtora Universal resolveu trazer de volta novamente o agente atrapalhado, num filme chamado "The Nude Bomb".

As famosas frases de 86

- "Desculpe por isso, chefe!"
- "...e vou adorar!"
- "O velho truque..."
- "Você acreditaria se...?"